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Nacional
Prémio Calouste Gulbenkian 2012 atribuído à orquestra West-Eastern Divan
Jorge Sampaio
Redação Lux em 25 de Julho de 2012 às 16:27
A orquestra West-Eastern Divan, que junta músicos israelitas, palestinianos e de outros países árabes, foi distinguida com o Prémio Calouste Gulbenkian 2012, no valor de 250 mil euros, anunciou hoje a entidade.

De acordo com um comunicado enviado à agência Lusa, a orquestra, criada em 1999 por Edward Said e Daniel Barenboim, é a primeira a ser distinguida com este novo prémio, criado em substituição de cinco prémios Gulbenkian.

Os prémios Gulbenkian - atribuídos entre 2007 e 2011 nas áreas dos Direitos Humanos e Ambiente, da Arte, Ciência, Beneficência e Educação - tinham sido criados para assinalar o cinquentenário da fundação, em 2006, distinguindo mais de três dezenas de pessoas e instituições em cinco anos.

O Prémio Gulbenkian é atribuído a uma instituição ou a uma pessoa, portuguesa ou estrangeira, que se tenha destacado pelo seu papel na defesa dos valores essenciais da condição humana.

Ainda segundo a Gulbenkian, o júri foi presidido por Jorge Sampaio, e ainda constituído por Pedro Pires (antigo presidente de Cabo Verde), pela Princesa Rym Ali da Jordânia (fundadora do Jordan Media Institute), Vartan Gregorian (da Carnegie Corporation, Estados Unidos), e Paul Brest (Hewlett Foundation, Estados Unidos).

António Sampaio da Nóvoa (Reitor da Universidade de Lisboa) e Miguel Poiares Maduro (Instituto Universitário de Florença e Prémio Gulbenkian Ciência em 2010) integravam também o júri.

Com esta atribuição, o júri reconheceu «o inestimável contributo da orquestra West-Eastern Divan para o diálogo e a aproximação no Médio Oriente, mas também para a educação e o desenvolvimento dos dois povos».

«A escolha da West-Eastern Divan Orchestra é oportuna e exemplar a vários títulos: celebra o poder de comunicação universal da música e a sua capacidade de transcender divisões e conflitos; aposta nos jovens e na sua aptidão em encontrar soluções novas para problemas velhos; é uma chamada de atenção para um conflito que grassa há décadas e se repercute numa região inteira», justifica o presidente do júri, no comunicado.

«É também a celebração do valor do diálogo intercultural e do seu contributo para a harmonia e a paz», salienta ainda Jorge Sampaio.

O trabalho da West-Eastern Divan Orchestra visa ajudar a ultrapassar as barreiras e os conflitos históricos entre israelitas e palestinianos, a partir do gosto pela música.

Em 2005, o maestro e pianista Daniel Barenboim dirigiu-a pela primeira vez, em Ramallah, na Cisjordânia, naquele que foi considerado como «um concerto histórico» na vida dos dois povos.

A orquestra West-Eastern Divan atuou em 2007 no grande auditório da Fundação Calouste Gulbenkian, em Lisboa, no encerramento da programação do Estado do Mundo.

Em agosto deste ano deverá atuar no Festival de Salzburgo, na Áustria.

Lusa
Este texto foi escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico
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