O Teatro Nacional D. Maria II quis homenagear uma das mais queridas atrizes portuguesas e criou “74 Eunices”. Num momento irrepetível, setenta e quatro atrizes subiram ao palco da Sala Garrett com um texto composto por falas ditas por Eunice Muñoz nas 42 peças que representou naquela sala desde o dia em que se estreou, em 1941.
Emocionada, Eunice Muñoz, de 87 anos, assistiu ao projeto idealizado por Tiago Rodrigues, diretor do Teatro Nacional.
No final, no palco, a atriz, que nos últimos anos passou por uma das mais duras provas, ao superar um cancro da tiroide que lhe afetou as cordas vocais, agradeceu o gesto: “Tê-las aqui a todas é extraordinário e é tão lindo visto lá de fora, tão comovente, tão terno, tão vida. Devo muito a todas estas extraordinárias colegas. Foi muito bonito... Que bom saber que tudo vai continuar e que o teatro jamais morrerá”, disse Eunice, que se prepara para regressar ao trabalho em breve, depois do interregno provocado pela doença.
“A Eunice é única. É das poucas atrizes que têm a capacidade de me transportar a partir do primeiro momento em que entra em cena”, confessou Maria João Luís.
Para Maria Rueff, “foi um momento especial”: “Cresci a assistir à Eunice Muñoz. É uma inspiração para todos nós, sobretudo pela sua enorme generosidade de continuar a apoiar quem começa. Depois, por ter vindo também do circo, tem uma ternura muito grande por comediantes, e isso comove-me muito. Devemos-lhe todas tudo. Seria impossível não ter estado aqui hoje.”