O rei Alberto II da Bélgica vai abdicar do trono este domingo, feriado nacional, que passará a ser assumido pelo seu filho Philippe, que irá prestar juramento perante o Senado e a Câmara dos deputados, em Bruxelas.

A cerimónia será marcada pela sobriedade, não tendo sido convidados quaisquer representantes de monarquias estrangeiras, mantendo a tradição belga.

Às 10:30 (9:30 de Lisboa), Alberto II, de 79 anos, assina o ato de abdicação e às 13:00 o seu filho é entronizado como sétimo rei dos belgas.

Aos 53 anos, o príncipe Philippe herda um país dividido ¿ o seu pai tornou-se o baluarte da unidade nacional depois de ter gerido duas graves crises políticas ¿ e os analistas adiantam que poderá ter a sua primeira prova de fogo já no próximo ano, com as eleições legislativas de maio.

Alberto II deixa o trono no dia em que celebra 20 anos de reinado e a festa que estava a ser já organizada não sofreu qualquer alteração com a decisão da abdicação, anunciada no passado dia 03 e justificada por razões de saúde.

O reinado de Philippe, o filho mais velho de Alberto II e Paola, nascido a 15 de abril de 1960, trará a estreia de uma rainha de origem belga, Matilde, 40 anos, aristocrata nacional.

A mais velha dos quatro filhos do casal, Isabel, 12 anos, é a primeira na linha de sucessão a seu pai.

Alberto II foi entronizado a 21 de julho de 1993, depois da morte do seu irmão mais velho, o rei Balduíno, que não deixou descendentes diretos.

O seu reinado ficou marcado pelo contributo decisivo que deu para a resolução de duas grandes crises políticas, resultantes das divergências entre o norte (Flandres) e o sul (Valónia), que permitiram a composição de dois governos de coligação, a última das quais demorou 18 meses a concluir.

LUSA